17 February 2006

por outro lado...

por mais improvável que pareça, estou lendo um livro da clarice lispector. sim, improvável porque não é bem o tipo de livro que eu mais gosto. o tipo de livro que parece que o autor tomou drogas antes de escrever. cada vez mais percebo quanto funciono linearmente - pelo menos a linha de pensamento no caso da leitura - e em como não consigo entender grandes viagens literárias. acho que sou mais a favor do exemplo. (pode desenhar?)

anfam. se eu consegui entender direito até agora, ela diz uma coisa que é interessante. não sei se vai ficar claro, mas vou tentar:

ela escreve que estamos pensando sempre no futuro. em como vai ser bom quando isso acontecer, naquilo outro. tem a ver com a morte, pois também podemos imaginar a morte. não podemos imaginar a vida, que está acontecendo a todo instante. logo, a vida é nada. é um nada. [!!!] . o futuro é a esperança, mas deveríamos matar também a esperança, para vermos se conseguimos viver o presente, sermos alegres no presente, aproveitarmos esta vida que temos.
não que isso tenha a ver literalmente com comer uma barata [ela come uma barata morta no livro, irrc], mas talvez seja isso de aproveitarmos tudo, até o imundo da vida.

não sei se há alguma moral. nem sei se eu entendi direito [estudiosos da doidona lis... , ops, digo, clarice lispector, me avisem se é isso mesmo], mas foi isso que entendi até agora. depois que eu terminar de ler o livro eu vejo se confere.

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