14 May 2006

malu

eu conheço a malu de muito tempo atrás, de quando era uma moleca e fazia capoeira num lugar longe e lá no meio de um bairro capenga de santa rita. eu até que gostava muito (foi o exercício físico que fiz por mais tempo na vida, 6 meses), mas sei que ia um tanto também porque minha mãe odiava que eu fosse num 'lugar como aquele'.

mas voltemos a malu. é a mais nova de 4 irmãs que são as meninas mais bonitas de santa rita, na minha opinião. com 15 ou 16 anos (e eu com 13 ou 14), a malu foi embora com um moço (tá, a cidade comentou: era o hippie mais bonito que já tinham visto) . e só voltou há uns 3 anos atrás.

encontrei a malu naquela festa que fui em santa rita, faz uns quinze dias. eu, bem mais prá lá do que prá cá, engatei o maior fofoquê com ela. e não demorou muito prá perguntar o que tinha acontecido da vida "easy-rider-abandone-tudo-para-viver-o-seu-amor".

a história não teve um final muito feliz. sim, a malu e o hippie foram embora, viveram felizes, tiveram um filho. quando terminou a malu não tinha dinheiro, não tinha estudado, voltou prá santa rita. o hippie conseguiu a guarda e ela só vê o filho uma vez por ano, quando consegue ir pro mato grosso do sul visitá-lo.

ontem eu fui visitar a malu na casa da irmã dela. ela me ligou chamando prá ir ver o ensaio da banda de samba e pagode que a irmã montou com as amigas, chamado "as amélias". eu cheguei lá e a malu estava com o neném da amiga no colo. "estou fazendo ele dormir, eu tenho a maior experiência em fazer neném dormir, já fiz o meu dormir tantas vezes...". eu sentei lá, a gente tomou uma cerveja, o ensaio não tinha mais, elas me ensinaram a tocar um instrumento e eu até dei uma canja com o chacoalho no meio duma música do zeca pagodinho.

o papo foi ficando divertido, a malu contando de como voltou com o namorado de três anos, a flávia de como casou com o moço da capoeira com quem ela namorou por dez anos, o lucas (filho da flávia de 6 anos) pedindo dicas do warcraft - um jogo do computador - e o marido da flávia (eu não lembro o nome dele) vendo o jogo do barcelona na tv.

o papo estava bom mas me deu uma vontade meio maluca de vir ver minha sobrinha. pensei que enlouqueceria se tivesse que ficar tão longe dela por tanto tempo. é incrível como o ser humano se adapta, né? às tristezas, às faltas, às coisas que a gente não tem. tem horas que a gente precisa construir um guarda chuva de um pedaço de guardanapo. senão não vive. tem que ser com o que a gente tem...

No comments: